quinta-feira, 2 de junho de 2011

Resenha sobre o filme Mr. Jones

    O filme "Mr. Jones", um romance feito nos EUA, lançado em 1993, sob a direção de Mike Figgis, estrelado por Richard Gere como Sr. Jones e Lena Olin como Drª. Elizabeth "Libbie", conta a história de um homem de 36 anos muito charmoso, impulsivo e irresistível. O personagem principal está a beira da autodestruição e é salvo pelo amor. Esse homem na época considerado um maníaco depressivo, que durantes suas crises emocionais, é criativo, divertido, apaixonaste, envolvente e em seus momentos opostos à alegria exagerada tem também crises delirantes. Mr. Jones é um homem irresistível para qualquer mulher, incluindo a Drª. Libbie, a preocupada psiquiatra designada para seu caso.

   No início do filme, temos a impressão de que ele é apenas um excêntrico, mas no decorrer percebemos que sua alegria é exagerada, sendo esses um dos sintomas do transtorno bipolar, que anteriormente chamava-se Psicose Maníaco Depressiva, que trata de mudanças cíclicas de humor, em que a pessoa que tem esse transtorno demonstra alegrias exageradas e momentos de êxtase seguidos de momentos depressivos, inconsoláveis.
   Uma cena do filme que mostra essa alegria exagerada é quando o Mr. Jones sobe no palco no meio de uma apresentação de uma orquestra em frente a uma platéia esnobe para reger uma sinfonia de Beethoven, em contrapartida para mostrar um de seus momentos de crise delirante, sobe no alto de um prédio em construção e fica ali por um tempo pensando ou pelo menos dando a entender que poderia voar. Uma outra característica própria da bipolaridade é a ausência do medo. Pessoas com esse transtorno sentem se corajosas e livres de fatalidades. Por conta desse ato imprudente e perigoso, Mr. Jones é internado em uma clínica psiquiátrica e começa a ser tratado pela Drª Libbie, uma psiquiatra dedicada, inteligente e respeitada, que já desde o início percebeu que havia erro de diagnóstico no caso de Jones, e que segundo a constatação dos sintomas que ele apresentava, tudo levava a crer que ele estaria classificado dentro do espectro da bipolaridade. Ele também, em alguns momentos, rejeita a medicação e o tratamento, o que é comum nesses casos, pois quem tem o transtorno bipolar não considera precisar de tratamento. Em uma cena em que uma caixa de banco fica fascinada por Jones, mostra-se o quanto ele era envolvente, ele em seu momento de êxtase a envolve e ela fica encantada, por outro lado a convivência é muito complicada, pois a maioria de suas atitudes na vida são vividas de uma maneira impulsiva e desorganizada. Outro sintoma é gastar muito dinheiro (compulsividade), muitas vezes até doando, numa generosidade exagerada, que é um caso mostrado no filme em uma cena em que ele doou uma quantia considerável para seu amigo construtor inventando que havia encontrado o dinheiro e que um anjo o havia intuído a doá-lo.
   Então a doutora começa a tratá-lo. Durante sua frase depressiva que também é visível em cenas chocantes, onde nem banho ele tomava, foi a Drª Libbie que cuidou dele. Quando então ela se envolve afetivamente com ele durante o tratamento, vivem uma noite de amor, ela, diante da ética profissional, pede afastamento de sua profissão, em nome do amor que sentia por ele. Na última cena do filme, ele volta ao topo do prédio onde ele esteve antes e foi internado, e ela aparece logo em seguida, mas desta vez ao invés de ambulâncias, sedativos e internação, Libbie vai atrás dele no telhado e o chama docemente, ele vai se afastando para um lugar seguro, obedendo a ela que oferece sua mão e ele a segura e volta. Mostrando então a importância de alguém que passa por esses sofrimentos psíquicos ter uma pessoa, ao seu lado, que realmente goste e se esforce por ela, demonstre amor, tenha paciência e dedicação, pois o amor vence muitas das barreias impostas pelos sofrimentos psicológicos.
   Acredito que filmes como este ajudam as pessoas a acabar com estigmas que atormentam a vida dos portadora da bipolaridade e de suas famílias. E este filme, em especial, é recomendado aos familiares dessas pessoas, para que os ajude a entender o quão é importante é o amor, a dedicação e a compressão com elas e também entendê-las um pouco mais, compreendendo que são pessoas que vivem tudo com muita intensidade e se consomem muito rápido, queimando sua chama de vida mais rápido que as outras pessoas. E os fatores como problemas familiares, profissionais e sentimentais estimulam cada vez mais que eles se consumam mais rápido, e usem dessa explosão de euforia, muitas vezes prejudicial, como fuga para esses problemas.

Resenhista: Priscylla Antonelli







2 comentários:

  1. esta de parabéns , muito esclarecedora.
    salete de Pe.

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  2. Muito bem! Pra mim como acadêmico de psicologia, muito esclarecedor

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